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O Gigante da Floresta

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Era Um Dia Desses

3
Carteiro!…

4
A Carta Do Galileu

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Um Mapa!

6
E Foi Assim

7
Canção Da Caminhada Até O Topo Da Montanha

8
A Metamorfose Das Borboletas

9
Galopar

10
O Rio Tem Cachoeira

11
Escureceu

12
Canção Dos Morcegos

13
E A Gente Se Abraçou

14
Acampar

15
Uma Bolinha Marrom

17 A História Do Incêndio Do Jequitibá De Carangola
(Hélio Ziskind)


Um dia
chegaram uns homens

procurando árvores
pra cortar

cortavam
e levavam pra vender

encontaram
o jequitibá de Carangola,
mas não cortaram

sabem porque?

o tronco era muito grosso,
eles não tinham serra daquele tamanho.

e mesmo que pudessem cortar,
não teriam força pra carregar.

até para os cortadores de árvores
o jequitibá era gigante.


cortaram toda a mata em volta
só o gigante escapou


Passou o tempo
Carangola cresceu
e o gigante cresceu
mais ainda

ficou famoso...
muita gente veio ver

olhavam pra ele
tiravam fotografia
faziam poesia

brincavam perto dele
abraçavam o seu tronco
eram amigos do gigante

e até cuidaram dele
quando um dia
um galho caiu...

Era um galho enorme,
ficava lá no alto.

umas lesmas gigantes
que moravam no Jequitibá
comeram uma parte da madeira

com o tempo
o galho quebrou e caiu.
(bléhh...)

a terra tremeu

arrancou um pedaço da casca
e deixou um buraco no tronco

os amigos vieram
montaram uma espécie de escada
de ferro bem alta

e um professor de biologia
subiu até o buraco
e fez um curativo

passou uma espécie de tinta azul
pra madeira não apodrecer

foi bom, deu certo
foi bom, uuu...

olhavam pra ele
tiravam fotografia
faziam poesia

brincavam perto dele
abraçavam o seu tronco
eram amigos do gigante

Mas o gigante
tinha um inimigo
um inimigo mortal

um dia
(sexta feira)

esse inimigo mortal
foi até o Jequitibá
jogou gasolina
e pos fogo

pos fogo
e fugiu.

começou um incêndio
como nunca se viu
um incêndio numa árvore só.


a mata em volta intacta
só o jequitibá queimando

por sorte,
naquele dia de azar
um amigo tinha ido visitar o jequitibá
e viu o fogo

voltou correndo
avisou os amigos
vieram todos
imediatamente

o fogo era enorme
o rio era longe
apagar como?


pegaram um trator
jogaram terra no tronco
terra pra abafar o fogo
abafaram as chamas

mas o fogo virou brasa
e brasa foi queimando o tronco por dentro

queimando e subindo
queimando e subindo
o tronco por dentro

a árvore estalava
soltava fumaça
parecia uma chaminé

era muito grave
precisavam de ajuda

chamaram bombeiros, polícia florestal, jornal, televisão
e começou: a luta da água contra o fogo


Os homens vieram com um
caminhão-pipa
pipa...

enchiam o caminhão no rio Carangola
subiam a estradinha até o jequitibá
e esguichavam, esguichavam,
o dia inteiro sem parar

10 caminhões de água por dia
de manhã até de noite
3 dias sem parar

mas o fogo não apagava

o tempo que caminhão levava
pra ir até o rio e voltar

o fogo já tinha crescido
tudo de novo

e pra piorar
começou a chover.

a chuva
não apagava o fogo
mas a estrada virou lama
e o caminhão não conseguia mais subir


os homens entristeceram
o fogo ia vencer
o jequitibá ia queimar até morrer.

 

Porém... ai porém...

quem espera sempre alcança
três vezes salve a esperança

porque a chuva de repente parou
e os homens com uma serra
abriram uma janela
e entraram no tronco

dentro do tronco era quente como um forno
caíam pedaços de madeira
e um homem segurava uma mangueira
apontada para o alto

jogando água
no coração do fogo
(shhhh...)

esguichando de manhã até de noite
3 dias sem parar
(shhh...)

até que o fogo
finalmente
apagou.

Os amigos ficaram de boca aberta
o fogo tinha feito uma caverna
cabiam oito homens dentro do tronco

era uma caverna
com paredes de carvão

talvez quebrasse com o vento
talvez a seiva não pudesse mais subir
talvez o jequitibá não fosse resistir.

os amigos, inconformados
perguntavam por quê? por quê?

Por causa de um gigante
um homem do mal
com arma de fogo

lutou com os homens do bem
e suas espadas de água

o fogo morreu
talvez o gigante também.



Voz e Guitarra: Hélio Ziskind / Vocal: Tatiana Parra e Tarsila Amorim Coelho / Percussão: Marcos Suzano / Contrabaixo Clavinger e Baixo Elétrico: Sílvio Mazzucca Jr. / Arranjos de Sopros, Sax Soprano, Sax Alto e Clarinete: Nailor ProvetaAzevedo / Sax Barítono, Sax Tenor e Flauta: Ubaldo Versolato / Sax Tenor, Sax Soprano e Flauta: Vítor Alcântara/ Guitarra: Tuco Marcondes

23
Sorriso De Jequitibá

24
Amanheceu

25
Encerramento


Canções compostas por Hélio Ziskind para o programa Cocoricó, da TV Cultura

Nicodeme de Renesse: sons da natureza (gravação e edição)

Atores (vozes dos personagens):
Fernando gomes (Júlio)
Magda Crudelli (Lilica)
Neusa de Souza (Zazá)
Eduardo Alves (Lola)
Hugo Picchi (Alípio)

Ilustrações: Patrícia Lima
Fotos: Gilberto Martho

Agradecimentos
Gilberto Martho, Nicodeme de Renesse, Rô Carmona, TV Cultura, Rita Okamura, Bia Rosenberg, Eliana Andrade, Fernando Gomes, Ivan Rocha, Prefeitura de Carangola, o biólogo Braz Cosenza, Edson Souza Coutinho, Gerson Teixeira dos Santos (sargento da Policia Florestal), o soldado Hércules de Souza Olegário, Catarina Ferreira Soares, José Elias e José Antonio Soares (a família em cujo sítio viveu o Jequitibá), Marcos Gomes (Jornal da Tarde), Rodrigo Tramontina, Agência Estado, Roberto Setton, Laerte, Rubens Matuk, Marco Di Lippi e Rose, Oliver Fuchs, Rodrigo Rodrigues e Mário Manga.

Agradecimentos Especiais
A Escola da Vila e aos alunos da primeira série (1988) que me ajudaram a compor a Canção dos Morcegos: Cainã Tavares, Carlos G. Ferrari, Carlos Kenji M. Shimizu, Carina B. Lutke, Elena G. Altman, Rebeca Freire, Raphael M. Amancio, Vinícius T. De Oliveira, Marina B. Zucato, Thales A. C. Othon, Vitor B. Chaves, Lucas S. Pichler, Fernando B. Makansi, Vitor Barbosa, Lucia Fernandes, Daniele Elene Cardoso, Júlia Pacheco, Sâmia Franco, Laura Carmona e a profª. Ivonildes Milan.




 

 
créditos